MENSAGENS SOLTAS DE UMA HISTÓRIA RELATIVAMENTE RECENTE

2008/04/10

Do Excelente ao Muito Mau - a minha experiência formativa no CIDEC

Em 2004 enviei um currículo para o CIDEC por e-mail. No dia seguinte telefonaram-me para lá ir. Lá fui, à espera de uma normal entrevista. Quando lá cheguei a Dra. Carla Martins (técnica de formação) conversou um pouco comigo e depois deu-me um plano de sessão para eu preencher: que iria entrar em sala 15 minutos depois para uma simulação. Assim fiz. As formandas eram a Carla Martins e a Dra. Ester Silva (coordenadora do pólo) que de forma alguma me facilitaram a vida.

Este meu contacto inicial com o CIDEC é ilustrativo do que foi o funcionamento da instituição: uma equipa jovem, muito dinâmica e criativa, com um sentido de humor inteligente e com brio profissional. Já tendo dado formação em dezenas de entidades o CIDEC constituía de longe a melhor: não havia formandos-fantasma, as turmas arrancavam sempre com 20 formandos (e ainda com formandos suplentes), antes do curso iniciar havia uma entrevista com cada formando no sentido de constituir grupos homogéneos; no início do curso a maioria dos formadores reunia-se para discutir conteúdos, metodologias e trabalhos de projecto; os formandos e os formadores eram obrigados a ser pontuais, tínhamos sempre um técnico (Dr. Pedro Jorge) que fazia o acompanhamento e verificava com exigência o cumprimento do horário da formação. A avaliação da formação era feita religiosamente e os resultados eram apurados instantaneamente e divulgados semestralmente (com comentários construtivos) pela Dra. Célia Pedrosa que vinha de Lisboa para o efeito. O nível de satisfação dos formandos era óptimo e isso era evidente pelo índice de reinscrição em novos cursos.

Em 2004, 2005 e 2006 tive o prazer de monitorizar acções de formação em Penafiel, Águeda e Faro e a impressão com que fiquei foi sempre a mesma: Excelente. Faziam-nos sentir que dávamos formação no CIDEC porque éramos “formadores top”, como dizia a Dra. Carla Martins. O CIDEC pagava a 60 dias, o que constituía um luxo.

A partir de 2006 começaram-se a atrasar nos pagamentos. Mas haviam sempre telefonemas personalizados de Lisboa ou alguém que vinha pessoalmente (lembro-me por exemplo do Dr. Luís Schawb) dar uma satisfação (que se estava num período financeiro mais complicado) a cada um dos formadores, sempre com um cheque para não ser logo depositado. Os cheques tinham sempre boa cobrança, mas ia-se pedindo para aguardar, primeiro em média uns 60 dias, depois talvez uns 90, depois talvez uns 120. Como tínhamos sempre uma satisfação e uma garantia lá íamos confiando. Enquanto isto, em termos pedagógicos, a qualidade da formação manteve-se em nível excelentes. Era mais que evidente que era tudo gente séria.

Depois é o que já foi dito. Essa surpresa! O professor Ferreira de Sousa, que em Outubro de 2007 chegou a vir a Braga para falar com os formadores, no sentido de finalizarem os cursos de formação de forma a se realizarem os pedidos de reembolso, a partir de finais de Dezembro deixou de responder, por completo, a telefonemas e e-mails. Abandonou por completo o barco. Faltou à sua palavra.

Da minha parte consegui depositar os cheques todos, mas ainda fiquei com uns bons milhares de Euros referentes a formação que ministrei em 2006 e 2007 que, felizmente, não passei recibo. Esse dinheiro está com o POEFDS? Não sabemos.

Só me lembro que em finais de 2007 pensei: com esta equipa formativa, se o CIDEC não regularizar a situação vai cair o Carmo e a Trindade. Não me enganei. Com os formadores do CIDEC não se brinca!

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