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2008/04/04

Centro de Formação fecha portas sem aviso

(notícia retirada do JN de 12-1-2008)


Alunos receiam ter perdido oportunidade para estágios em empresas

O Centro Interdisciplinar de Estudos Económicos (CIDEC) encerrou anteontem as portas da sua delegação em Beja, sem qualquer aviso prévio a funcionários, formadores e formandos. Uma decisão que apanhou de surpresa cerca de meia centena de pessoas, incluindo os responsáveis pelo Núcleo Empresarial da Região de Beja (NERBE), local onde a instituição ministrava as acções de formação. O CIDEC dedica-se à Formação para empresas, Estudos e Investigação Aplicada e Formação Co-financiada e estava em Beja há três anos.Anteontem à tarde, quando os formandos chegaram ao NERBE para assistirem às aulas, foram surpreendidos com a informação de uma antiga funcionária - que abandonara o CIDEC em Julho - de que a instituição tinha encerrado. A mesma surpresa estava reservada aos formadores, que "bateram com o nariz na porta" e se viram impossibilitados de leccionar.Concentrados à porta do centro, todos se mostravam perplexos e preocupados com o encerramento, mas, sem terem a quem recorrer para obter respostas.Na sede no CIDEC, no Palácio Pancas Palha, em Lisboa, ninguém atende o telefone e não há contactos com o responsável, João Ferreira de Sousa, antigo professor do ISCTE. Em causa está o pagamento de verbas em atraso e a entrega de certificados de habilitações e cópias de contratos de trabalho.Em Beja, o CIDEC ministrava formação de Web-design e Multimédia e Práticas Administrativas, neste último caso com a certificação do 9º ano, ao abrigo de acções financiadas pelo Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS).Nádia Graça, formanda na área e Práticas Administrativas, lamentou o facto de ser credora das verbas relativas à frequência do curso e subsídios de refeição e transporte, mas destacou que "o pior é não ter certificado do 9.º ano", o que a impede de fazer um estágio profissional em empresas. O sentimento de desalento era comum a todos os formandos, que esperam agora que o Instituto de Emprego e Formação Profissional possa resolver o assunto, "porque é entidade que financia o CIDEC", argumentam. Já um formador, revelou, sob anonimato, que "tinha "900 euros a receber". "Mas há colegas em situação muito pior e muito mais dinheiro a receber", rematou.Nas salas de aulas, os responsáveis do CIDEC deixaram computadores, projectores e muito outro material didáctico. Só ao NERBE devem perto de 20 mil euros, referentes ao aluguer das instalações.

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